Amici manent
Palavras voam, mas os amigos permanecem.
Hoje me despedi de amigos muito especiais, que me visitaram durante o fim de semana. Partiram ainda cedo, antes da alvorada de quase inverno. Enquanto os abraçava, e reiterava meu desejo que voltem em breve, lembrei de algo que já li: “partir é morrer um pouco”.
Lembrei da frase e imediatamente a rejeitei. Especialmente naquele momento, cheio de abraços e beijos, de ideias e esperanças, de memórias novas ou velhas – cheio de vida!
Rejeitei a frase… e ocorreu-me invertê-la. Morrer é partir um pouco! Já vi a morte de pessoas queridas; mas nunca partiram de todo, delas sempre ficou algo precioso.
- –Quem são? –Meus amigos.
- Esteios risonhos
- A vida me deu
- Irmãos, camaradas
- Abraços e braços
- Nos quais me apoiar.
- –Quem são? –Meus amigos.
- Amantes bisonhos
- Fingem desamor
- Coram por sentir
- Escondem as almas
- Que sofrem, perdidas
- Se falta-lhes riso
- Do amigo a brincar.
- –Quem são? –Meus amigos.
- Presentes nos sonhos
- Que inspiram em mim
- Quando me tocar
- A vez de partir
- (Semente, não fico!)
- Talvez vão chorar
- Prefiro a lembrança
- Do chiste trocado
- Do riso (forçado!)
- Do jogo jogado
- Da alma a cantar
- Um brinde, sorrisos
- Memórias alegres
- As mesmas que levo
- Em meu viajar.