Realizado sob os céus

As sensações despertadas por um espetáculo celeste.

Hoje cedo, graças a um aviso do meu querido compadre Eduardo de São Paulo, comecei minha caminhada bem antes do nascer do Sol. Fui recompensado com um magnífico espetáculo celeste.

Bem em frente à minha casa, sobre a cidade, a Lua cheia se dirigia a seu poente, em um céu limpo de nuvens.

Segui para a praia, atravessando a restinga ainda escura, ajudado pelo luar e pela luz de meu celular.

O palco límpido do brilho lunar contrastava com as nuvens avolumadas a oriente, aguardando a chegada do Sol, ainda distante pouco mais de meia hora.

Mas as nuvens se abriram, deixando ver quatro planetas enfileirados, “estrelas” resistindo à luz do dia que se anunciava.

Preparei uma imagem ampliada, identificando os luminares que marcavam meu céu matinal.

Muitas caminhadas minhas acontecem sob a luz da estrela da manhã. Fosse eu um devoto, provavelmente seria devoto de Vênus, minha estrela-guia, inspiração perene das minhas noites e dos meus sonhos. Na cerimônia de meu segundo casamento, pude realizar algo que não tinha conseguido no primeiro: usar, para acompanhar minha entrada, a abertura do Tannhäuser – a triunfal música de Wagner para a entrada do cavaleiro no Venusberg, o Monte de Vênus.

Contemplando os céus desta manhã, eu estava transfigurado, fulminado. Sentia-me pleno, como alguém que contempla, satisfeito, uma etapa terminada de sua obra; e que segue, inspirado, para as próximas.

O Quartelmestre
O Quartelmestre
polímata
filomático
pesquisador
escritor

LUIZ CLÁUDIO, o Quartelmestre, the Rules Lawyer, conversa e escreve sobre jogadores e jogos de todos os tipos, sobre ludologia, narrativas, poesia, e mais.

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