A musa do fogo

A inspiração dos céus marcados pelas queimadas.

Já na fase final da caminhada de hoje, eu pensava em fontes de inspiração, e lembrei da invocação que Shakespeare usou para abrir o Henry V – “O for a Muse of fire, that would ascend/The brightest heaven of invention” (“Ah, se houvesse uma musa do fogo, que subisse/Ao mais brilhante céu da invenção”).

Poucos momentos antes, eu havia fotografado o céu do amanhecer, maravilhado com as cores, e pensava quanto destas cores vêm de fuligem das inumeráveis queimadas, que tanto têm vitimado nossas matas. Ocorreram-me algumas linhas

  • Ó musa do fogo!
  • Dá-me tua brasa rubra
  • Poupa nossos campos

Mas sou injusto com a musa; não é ela quem incendeia nossas matas, e sim a mão vil, desapiedada, que se vangloria na sua covardia.

O Quartelmestre
O Quartelmestre
polímata
filomático
pesquisador
escritor

LUIZ CLÁUDIO, o Quartelmestre, the Rules Lawyer, conversa e escreve sobre jogadores e jogos de todos os tipos, sobre ludologia, narrativas, poesia, e mais.

Próximo
Anterior