Nas ruas, pela educação

É dever de um cidadão ir às ruas protestar contra barbaridades do governo.

Hoje não foi a primeira vez que fui às ruas protestar contra barbaridades de um governo. Certamente não será a última; como cidadão, é meu dever prestar atenção ao que os nossos governantes fazem, e fazê-los saber o que penso sobre isso – com meu voto e com minha voz.

Em algumas das ocasiões anteriores, eu estava protestando contra os infindáveis desastres que os governos do PT nos legaram; hoje, fui protestar contra o desastre que o governo anti-PT está realizando no sistema educacional brasileiro – e os cortes de verbas são apenas a parte mais visível do desastre.

Há três anos, fomos às ruas contra o governo de Dilma Rousseff. Em cada protesto, apareciam grupos de lunáticos em carros de som e com cartazes chamativos, defendendo intervenção militar e outras sandices. Também apareciam políticos do extremo oposto do espectro político, tentando aproveitar as manifestações para angariar capital político.

As pautas dos lunáticos e dos políticos não eram compartilhadas pela maior parte dos que estavam nas ruas. Ainda assim, uma parte significativa dos meios de comunicação se dedicava a realçar ao infinito a presença destas pessoas, frequentemente para desmerecer a maioria dos manifestantes e, portanto, a sua pauta de reivindicações.

Nenhuma surpresa que, hoje, participem das manifestações lunáticos e políticos, embora defendendo sandices diversas daquelas de seus antecessores. Também nenhuma surpresa que, novamente, uma parte significativa da imprensa se dedique a realçar ao infinito a presença destas pessoas, para desmerecer a verdadeira pauta de reivindicações destes protestos: a importantíssima, a essencial pauta da Educação.

Se as manifestações contra os desastres na educação fossem, de fato, provocadas pela manipulação do PT, usando a doutrinação ideológica com a qual professores nefastos controlam as mentes indefesas dos jovens estudantes, para conseguir a libertação de Lula… pergunto: por que isso não aconteceu antes? Onde estavam as massas de estudantes bestializados e hipnotizados quando Lula foi preso? Onde estavam os professores manipuladores e doutrinadores quando Haddad perdeu a eleição?

A resposta para estas últimas perguntas é a mesma: estavam em suas salas de aula e laboratórios, trabalhando duro pelo futuro de um país que tantas vezes cospe em seus rostos.

O Quartelmestre
O Quartelmestre
polímata
filomático
pesquisador
escritor

LUIZ CLÁUDIO, o Quartelmestre, the Rules Lawyer, conversa e escreve sobre jogadores e jogos de todos os tipos, sobre ludologia, narrativas, poesia, e mais.

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