2018-06-07

A votação de ontem, no STF, sobre o voto impresso, foi um absoluto vexame. Não me refiro ao vexame habitual que são os votos ofensivos e canalhas de Gilmar Mendes, mas à posição da corte.

Uma parte significativa do sistema foi desenvolvida por uma empresa que se envolveu em fraudes eleitorais em outros países. O TSE cria, há décadas, empecilhos a verificações e auditorias do sistema. Apesar de tudo isso, os peritos da PF conseguiram identificar vulnerabilidades.

Nenhuma surpresa: NÃO EXISTE SISTEMA COMPLETAMENTE SEGURO E À PROVA DE FALHAS! E eu não me refiro apenas a sistemas digitais.

O corolário da frase destacada é que você sempre precisa de mecanismos de verificação e de controle.

Mas as nossas urnas são à prova de falhas, segundo dizem nossos grandes juristas. Nenhum deles tem conhecimentos mais do que superficiais sobre computação, mas sentem-se à vontade em falar que quem critica a urna eletrônica desconhece o sistema eleitoral (Alexandre de Moraes) e que temos o melhor sistema de apuração do mundo (Luís Roberto Barroso).

Pessoalmente, acompanho a sustentação oral de Miriam Gimenez, advogada da Associação Pátria Brasil.

O escrutínio é um ato administrativo, que deve ser público. Mas há 22 anos ele é secreto, pois não há como verificar os votos eletrônicos. O TSE pede que tenhamos fé nas urnas eletrônicas. Então deixamos de ser um Estado laico e viramos um Estado confessional?

O Quartelmestre
O Quartelmestre
polímata
filomático
pesquisador
escritor

LUIZ CLÁUDIO, o Quartelmestre, the Rules Lawyer, conversa e escreve sobre jogadores e jogos de todos os tipos, sobre ludologia, narrativas, poesia, e mais.

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