2014-03-17

Em resposta ao desafio de Thalia Duarte.

(Tatá, estou respondendo ao desafio, mas não vou indicar mais ninguém. E terei prazer em presenteá-la com um livro de poesia se você quiser…)

Existe um povo que a bandeira empresta P’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!… E deixa-a transformar-se nessa festa Em manto impuro de bacante fria!… Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta, Que impudente na gávea tripudia? Silêncio. Musa… chora, e chora tanto Que o pavilhão se lave no teu pranto! …

Auriverde pendão de minha terra, Que a brisa do Brasil beija e balança, Estandarte que a luz do sol encerra E as promessas divinas da esperança… Tu que, da liberdade após a guerra, Foste hasteado dos heróis na lança Antes te houvessem roto na batalha, Que servires a um povo de mortalha!…

Fatalidade atroz que a mente esmaga! Extingue nesta hora o brigue imundo O trilho que Colombo abriu nas vagas, Como um íris no pélago profundo! Mas é infâmia demais! … Da etérea plaga Levantai-vos, heróis do Novo Mundo! Andrada! arranca esse pendão dos ares! Colombo! fecha a porta dos teus mares!

Castro Alves – Navio Negreiro, Canto VI

O Quartelmestre
O Quartelmestre
polímata
filomático
pesquisador
escritor

LUIZ CLÁUDIO, o Quartelmestre, the Rules Lawyer, conversa e escreve sobre jogadores e jogos de todos os tipos, sobre ludologia, narrativas, poesia, e mais.

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